quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Entrevista com João Palomino


Um jornalista que iniciou sua carreira muito cedo. Esse é João Palomino. Entrou na área aos 15 anos e aos 17 ingressou na Faculdade PUCAMP. Passou por diversas empresas, entre elas o Diário do Povo, a TV Manchete, Cultura, SBT e a Radio Princesa D´Oeste. Atualmente, trabalha na ESPN. Foi convidado para trabalhar na emissora por José Trajano com o surgimento da ESPN Brasil. Em sua carreira, cobriu olimpíadas, Copas do Mundo, mundiais, Pans, Liga dos Campeões, entrou outras.

Jornalismo FC - João Palomino, o que você acha sobre o Brasil sediar a Copa do Mundo? Você acredita que temos estrutura para isso?

João Palomino - Não. O Brasil precisa ser construído como nação. Precisa ter tudo o que a FIFA exige que um país tenha, mas não para sediar uma Copa, mas para atender as necessidades do seu povo. De novo, vai sobrar para o governo bancar a conta, já que a iniciativa privada não vai querer associar investimentos às pessoas envolvidas na organização.

JFC - Para você, qual seria a seleção brasileira ideal? E o técnico? Seria Dunga mesmo?

JP - Todos nós temos nossa seleção ideal. Isso é fácil, mas não é uma verdade absoluta. Meu time teria: Rogério Ceni, Daniel Alves, Juan, Miranda e Kleber; Denilson, Zé Roberto, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Pato.

JFC - Qual o melhor jogador do mundo? E qual o melhor jogador atuando em nosso campeonato?

JP - O melhor do mundo, disparado, é o Kaká. No brasileiro, Thiago Neves, do Fluminense.

JFC - Qual é a sua seleção deste ano do Brasileirão?

JP - Rogério Ceni, Wagner Diniz, Miranda, Breno e Kleber; Hernanes, Richarlyson, Charles e Thiago Neves; Acosta e Josiel

JFC - Quem você acha que cai na primeira divisão? E quem sobe?

JP - Os que caem: América de Natal, Juventude, Paraná e Figueirense. Os que sobem: Coritiba, Criciuma, Portuguesa e Vitória.

JFC - O que você acha da atual arbitragem brasileira?

JP - Há uma crise da arbitragem, sem dúvida, e uma saída seria a profissionalização com fiscalização constante dos árbtiros. Não se admite mais um jogador em campo recebendo 80, 90 mil por mês, e um bancário apitando.

JFC - Quem é o maior responsável pelo sucesso de um clube? Administração, técnico ou jogadores?

JP - Um não funciona sem o outro. Esta é uma base de apoio.

JFC - A Liga dos Campeões começa esta semana, quem é o favorito na sua opinião?

JP - De novo o Milan.

JFC - Após um Pan de alegrias, quais suas expectativas quanto as Olimpíadas?

JP - O tamanho do Brasil é Panamericano. E, como tal, tem mesmo de comemorar as conquistas panamericanas. Em olimpíada, o Brasil é a Aruba do Pan.

JFC - O mundo do esporte nestes últimos meses tem vivido grandes escândalos. O que você acha disso?

JP - Melhor assim, com a divulgação e apuração de todos os fatos. Já passou o tempo em que as coisas aconteciam e ficavam escondidas, sem que a justiça pudesse agir.

JFC - Daqui a 10 anos como você acha que estará o jornalismo?

JP - Não sou otimista com o jornalismo esportivo que se apresenta. O jornalismo que conheço, aquele que sei como deve ser tratado, vai sobreviver por ações casuais, pontuais. O de entretenimento, espero que dê um tempo para nossos pobres ouvidos.

JFC - Tem alguma história interessante de bastidores, vestiários, ou outra envolvendo o esporte para nos contar?

Claro, algumas impublicáveis, outras só mesmo para quem conhece os personagens. Mas tem uma que sempre me lembro, no Pan, narrando, chamei um repórter para entrar por telefone ao vivo com uma informação de medalha para o Brasil e ele:"Alô, quem fala?". E eu-" É João Palomino e você está no ar".

A equipe do Jornalismo FC gostaria de agradecer a colaboração de mais um jornalista já consagrado na carreira.


Fotos:
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domingo, 16 de setembro de 2007

Entrevista com Mauro Cezar

Por Equipe Jornalismo FC

O Jornalismo FC foi buscar opiniões de jornalistas, do ramo esportivo, sobre as polêmicas que envolvem nosso mundo do esporte.

O primeiro entrevistado foi Mauro Cezar Pereira, jornalista há 24 anos. Formado pela Faculdade Hélio Alonso (FACHA), Mauro,44, já passou por várias áreas do jornalismo e atualmente trabalha na ESPN. Há três anos na empresa, é hoje comentarista da emissora e também acumula o cargo de chefe de reportagem.

A entrevista segue abaixo:

Jornalismo FC - Mauro, o que você acha sobre o Brasil sediar a Copa do Mundo? Você acredita que temos estrutura para isso?

Mauro Cezar – Acho que será mais um canal para que os de sempre movimentem enormes quantias de dinheiro público em uma aventura como a do Pan. Pagaremos a conta, como sempre. O Brasil não tem condições de sediar uma Copa no padrão Ásia/Europa. E é um absurdo que o presidente da CBF se transforme, na prática, no ‘dono’ da Copa do Mundo de 2014, com uma agenda de encontros políticos nos quais prefeitos, governadores e afins se revezam num lamentável ritual de beija mão. Triste.

JFC - Você acredita que o Ronaldo jogará a Copa de 2010? E o Rogério Ceni?

MC – Não acredito que Ronaldo vá se manter em forma e jogando em seqüência até lá. Faz tempo que não disputa mais do que meia dúzia de partidas sem sofrer lesões. Mas é possível, embora pouco provável. Rogério Ceni não conta com a simpatia do atual técnico, acho que mereceria uma chance no passado, hoje nem tanto, mas não o vejo como um atleta que não possa ficar fora da seleção, até porque embora viva boa fase, ela se registra aqui, no futebol de terceira jogado no país, enquanto outros estão sempre diante dos mais caros e talentosos jogadores do mundo, brasileiros entre eles.

JFC - E o Dunga você acha que ele chega até 2010?

MC – Dependerá da performance do Brasil nas pífias eliminatórias Sul-Americanas, uma moleza para brasileiros e argentinos, mas se conseguir a proeza de se complicar em meio a jogos com Bolívia, Chile, Venezuela e Peru, poderá, claro, cair antes disso. Não é um profissional preparado para o cargo.

JFC - O que acha de convocações de atletas não muito conhecidos como Afonso Alves? Acredita que vale a tentativa?

MC – A tentativa vale, mas a insistência com jogadores medíocres, no sentido exato da palavra, como Vagner Love ultrapassa as raias do ridículo

JFC - Sobre a crise no Corinthians, você acha que o título da equipe deve ser cassado?

MC – Não, mas creio que a partir desse escândalo deva se estabelecer uma nova ordem, regras que não permitam a entrada de personagens como os tais elementos da MSI no futebol.

JFC - Você acredita que o São Paulo vai ser campeão brasileiro ou existe outro clube que possa buscar ainda? O time do Morumbi tem realmente um time tão superior em relação ao restante?

MC – Deverá ser campeão, mas ainda não está com o título assegurado. O time tecnicamente é mediano, mas forte na defesa e consegue, assim, superar adversários, muito em função da mediocridade dos mesmos. O São Paulo tem virtudes sim, mas é também um time que se fecha em verdadeiras retrancas quando no campo inimigo (caso dos jogos com Grêmio, Botafogo, Palmeiras e Vasco, em momentos específicos e muitas vezes longos períodos). Também abusa das faltas duras. É um estilo de jogo aceitável, mas se um time argentino aparecer aqui jogando assim e eliminando brasileiros da Libertadores, por exemplo, muito que estão encantados com esse São Paulo seriam capazes de criticar duramente essa equipe.

JFC - Na sua opinião, alguma equipe grande corre risco de rebaixamento?

MC – Sim, Corinthians e Atlético Mineiro, o Atlético Paranaense também, mas esse é um time que tenta e não se firma como ‘grande’, infelizmente.

JFC - Você julga a saída prematura de craques como Willian, Pato, Ilsinho, entre outros, uma boa para a carreira deles?


MC – Nem sempre, mas é muito dinheiro. Se não o garantirem agora jamais saberão se terão nova chance de faturar tanto. É inevitável.


JFC - Quem é o melhor jogador do mundo no momento?

MC - KAKÁ.


JFC - Em relação a Formula 1, quem você acha que deveria ser punido?

MC - A Ferrari já contou com a boa vontade da FIA em outras situações. Assim, deixemos como está, esperar que um esporte que envolve tanto dinheiro, poder e interesses como a F1 seja 100% transparente e honesto seria infantil, ingênuo.

Para finalizar, nós agradecemos a participação e a colaboração do consagrado Mauro Cezar. E os leitores deste blog aguardem, pois nos próximos dias teremos opiniões de outros especialistas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ouro no vôlei sentado

São Paulo já tem um representante confirmado na Paraolimpíada de Pequim, em 2008. Renato de Oliveira Leite (centro), 25 anos, morador do bairro Jabaquara, conquistou a medalha de ouro no Vôlei Sentado no Parapan do Rio no último mês e a vaga para os Jogos Paraolímpicos. Ele também foi escolhido o melhor jogador da modalidade no País pela Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico.

Renato tem uma história de vida marcante. Sua trajetória mistura o amor pelo esporte, tragédia, reviravoltas e muitas vitórias.

Jogador de futebol amador na adolescência, quando atuava no meio de campo do São Caetano, seu sonho era se profissionalizar. Uma tragédia em janeiro de 2002, no entanto, o tirou dos gramados, mas não do esporte. Ele sofreu um acidente enquanto fazia um “bico” como motoboy e perdeu parte da perna direita. “O mais irônico foi que a pessoa que me atropelou foi o pai de um grande astro do vôlei, o Marcelo Negrão (medalha de ouro na olimpíada de Barcelona, em1992)”, conta Renato, que diz não ter recebido qualquer assistência do motorista.

Mesmo depois do acidente, o atleta não largou o esporte. Tentou voltar ao futebol, mas viu no vôlei um futuro mais promissor: “O futebol não é um esporte paraolímpico. Quando escolhi o vôlei, já estava pensando no futuro”, diz. Renato também se formou em Educação Física e hoje faz pós-graduação na área de reabilitação no Lar Escola São Francisco.
A grande consagração veio com a medalha de ouro no Rio de Janeiro. A meta agora é Pequim. “Vamos trabalhar com a perspectiva de medalha, apesar de encarar times de peso como Irã e Bósnia”, avalia Renato.

O atleta, no entanto, destaca que ainda há muita a se fazer pela modalidade. “Estamos prestes a fechar novos patrocínios e recebendo melhorias na estrutura de treinamento e competições. Isso, além das medalhas que podemos conquistar, vai fortalecer e popularizar o esporte”, acredita.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Quem paga o pato?

Por Danilo Lavieri Ribeiro

Nestes últimos dias, muitas bombas políticas vêm estourando. Uma delas, que não vou entrar no mérito da questão, é Renan Calheiros. Absolvido de acusação por 40 votos a 35. Sobre isso, só tenho que repetir a frase de meu companheiro Paulo Júnior. “Me vê uma pizza meia Renan, meia Calheiros, capricha na cebola e reparte com esse povo brasileiro”.

Outra bomba foi o caso MSI/Corinthians. Desde o começo, a parceria era suspeita. Com pessoas procuradas por polícias de todas as partes do mundo, o Timão viu no dinheiro a esperança de títulos. Ele veio. O Campeonato Brasileiro de 2005 foi conquistado de forma meio ‘xoxa’, com uma mãozinha do Sveiter e de Márcio Rezende de Freitas, mas foi comemorado como um legítimo tetracampeonato.

Para finalizar, o caso do ‘xerox’ na Fórmula 1. A McLaren foi pega copiando o carro da Ferrari. É no mínimo estranho. Apesar da punição, diga-se de passagem, o único caso que até agora teve conseqüências, considero que existe aí outra pizza. Tento explicar o porquê.

A escuderia inglesa foi condenada a pagar U$ 100 MILHÕES. Dinheiro suficiente para deixar uma família sem trabalhar por umas 15, 20,30 gerações? Mas um valor irrisório para a punida. Não me ache louco. Entenda o motivo: Em um investimento de tecnologia, as equipes chegam a gastar muito com isso, até mais do que essa tal multa. Além disso, por cada corrida vencida, prêmios e bônus são concedidos. Nesta cópia, os ingleses têm um carro de alto desempenho sem muito investimento e, com este, já conquistou inúmeros GPs este ano. Convencido(a)?

Outro ponto a ser discutido é a punição ou não dos envolvidos (in)diretos no assunto. Antes de discorrer sobre o tema, preciso esclarecer. Se for provado que qualquer um dos pilotos ou jogadores colaborou ou apenas sabiam dos esquemas, toda a discussão abaixo perde o sentido. A punição deveria ser imediata.

Mas, partindo do pressuposto de que, como Lula, eles não sabem de nada. É justo que a carreira de um jogador seja queimada pela safadeza de um interesseiro? De uma pessoa que brinca com o sentimento de milhões de torcedores, de fãs, de amantes do esporte?Por outro lado, é justo o Internacional ter perdido o título para um time que era financiado pelo tráfico, pelo dinheiro lavado? Assim funciona na corrida. É justo com a Ferrari competir contra sua própria tecnologia? Mas é justo tirar os brilhantes pontos de um corredor como Hamilton? Juro que essas perguntas me deixam mais sem resposta do que ‘Quem matou Taís?’.

No final, acredito que não existe a punição que deixaria tudo justo. Mas menos justo ainda seria deixar você, que leu esse texto grande, sem minha opinião. Meu veredicto final vai para o cancelamento do título do Corinthians e para a retirada de pontos dos corredores ‘ilegais’. Para chegar a tal conclusão, penso que justiça por justiça, as conquistas foram feitas através de meios sujos.

Mas quero saber a sua opinião. O quê você acha? Pare de discutir quem matou Taís e pense em algo útil. Comente e vote na enquete.

Fotos:

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Lugar de rei é no trono!!!

O US Open tem um novo tetracampeão. Trata-se de Roger Federer, o suíço ganhou o torneio pelo quarto ano consecutivo e tornou-se o primeiro não americano a ganhar 4 troféus do Grand Slam dos EUA. Na final, o atual rei das quadras de tênis ganhou nada mais nada menos que de Novak Djokovic por 3x0.


Muitos vão falar que dois sets foram 7 a 6, mas o suíço venceu sem perder set na final. Sabe quantos set points Federer salvou contra Djokovic? Nada mais nada menos que sete. Sem contar que nas quartas-de-final passeou contra Andy Rodick e na semi-final? Passeou contra Davydenko. Ambos 3x0.


O atleta mostrou-se muito feliz com a conquista e o modo que ela veio. "Os outros caras perderam suas chances. Ao final de tudo, olhar para trás e ver que bati o Roddick, Davydenko e o Djokovic em sets diretos, é inacreditável para mim. Não esperava por isso depois de ter enfrentado problemas contra o Isner e o Lopez", completou o líder do ranking.


Federer chega a conquista de 7 milhões de dólares na temporada. São 6 conquistas no ano, sendo 3 Grand Slam, Wimbledon, US Open e Aberto da Austrália. É a segunda maior quantia conquistada por um só tenista. A primeira? Pertence a um suíço, tal de Roger Federer no ano de 2006, quando ganhou nada mais nada menos que 8.343.885 de dólares. Parabéns ao rei do tênis. E aguardemos se alguém conseguirá bater Roger na Masters Cup.


O título do feminino ficou com a também líder do ranking Justine Henin. Esse foi seu sétimo Grand Slan da carreira, antes tinha vencido 1 vez o Aberto da Austrália e o US Open, além de 4 vezes o torneio de Roland Garros.


Ainda no mundo do tênis a equipe brasileira já se prepara para a Copa Davis. O Brasil jogará contra a Áustria nos dias 21, 22 e 23 de setembro. A dupla Marcelo Melo e André Sá, que vem atuando muito bem nos torneios da ATP, aumentam a esperança da torcida brasileira.



Fotos:
http://www2.uol.com.br/tenisbrasil/profissional/us_open/ult678u1564.htm
http://www2.uol.com.br/tenisbrasil/diaadia/ult138u32866.htm
http://www.lancenet.com.br/resources/94833.jpg

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Uma pedra no meio do caminho...

Por Danilo Lavieri Ribeiro
Já fiz um texto explicando tecnicamente o porquê de o São Paulo já ser o primeiro Pentacampeão*, mas, agora, falo da impressão que me passa vendo esse time jogar.

Uma equipe que joga de forma inteligente, sabe bater quando é preciso bater, cadencia o jogo na hora em que está tomando a pressão e sabe dar bicão nos minutos finais de uma partida que está ganhando. Voltando às estatísticas, o Tricolor não toma gol há oito partidas e tem a melhor defesa com sete gols tomados.

Vendo jogos me impressiona a obediência que o time tem para com as ordens de Muricy, que, na minha opinião, é o melhor técnico do Brasil. Em bloco, marca, ataca e comemora. Uma defesa sólida seja com o polivante Richarlyson, seja com o juvenil Breno. Um ataque rápido com Dagoberto e forte com Aloísio. Meio de campo marcador com Hernanes (foto), que vem jogando muito, até mais que Josué sem Mineiro. E um goleiro que dispensa apresentações. Rogério Ceni, experiente e líder da equipe. Fala bonito, defende espetacularmente e faz gols. Quer mais?

Se fosse são paulino estaria comemorando, se fosse rival me renderia, mas como sou jornalista, ou pelo menos estudo para ser, só me resta parabenizar o fabuloso jogo do time que merece o título.

*Desconsiderando o título dividido entre Sport e Flamengo



domingo, 2 de setembro de 2007

Tragédia anunciada

A equipe brasileira masculina de basquete perdeu ontem para a Argentina por 91 a 80 e assim não conseguiu a classificação direta para os Jogos de Pequim-2008. A péssima campanha do grupo na competição é reflexo das brigas internas. Prova disso é a entrevista do ala Marquinhos ao repórter David Abramvezt do jornal Lance!. Nela o jogador afirma que a equipe não respeita o técnico Lula e que quem comandava o que seria feito em quadra era os próprios jogadores.

Leia a seguir a entrevista na íntegra.

LANCE!: O que foi discutido e definido naquela reunião entre os jogadores, após a derrota para Porto Rico?

MARQUINHOS: Todo mundo está vendo as cagadas do Lula. O cara está perdido. Nós procuramos entender o motivo de o time estar jogando tão mal. Todo mundo falou e tentou achar uma forma de se ajudar. Falamos que era importante jogar como equipe, sem ninguém querer ser individualista. Ficou combinado que os jogadores iriam decidir quem definiria as jogadas, quanto cada um precisaria jogar. Depois da nossa reunião, a comissão técnica entrou e passamos para o Lula que nós iríamos ter mais voz e comando.


L!: Como o Lula reagiu?

M: Não teve muito o que falar. Ele disse que respeitava os jogadores. Antes, só respeitava o Nenê e o Marcelinho Machado. Ele puxa o saco dos dois. Foi só ver no jogo contra o México, o time já foi bem melhor com os jogadores mandando mais.


L!: Qual a principal reclamação dos jogadores em relação ao trabalho da comissão técnica?

M: O Lula é bom para clube, Seleção é outra coisa. Ele não tem noção. Os treinos são muito fracos. O time não tem tática, jogadas de ataque bem feitas. Ele erra na rotação. Tudo isso que qualquer um vê. Os que jogaram o Mundial falaram que, no Japão, ele disse para confiar no trabalho dele, que ele sabia o que fazer. O Brasil foi muito mal (17º lugar) e ninguém mais acredita nele.


L!: Não existe nenhum racha entre os jogadores?

M: Não existe racha. São todos contra o Lula. O grupo está fechado. Todos estão unidos pelo objetivo de voltar para a Olimpíada. Tem gente que não é amiga, mas está se respeitando. O mais importante é classificar o Brasil para a Olimpíada. O que irrita todos é o trabalho do Lula e da comissão.


L!: Você chegou a dizer que jamais voltaria a jogar na Seleção com o Lula no comando. Ficou quase três anos fora, mas decidiu voltar para jogar o Pan do Rio. Vai atender outra convocação dele?

M: Não volto mais, não preciso disso. Os meus empresários também acham. Concluí que só fui convocado porque sou jogador da NBA. Ele se sente na obrigação. No Pan e nos amistosos em Porto Rico, eu fui um dos melhores. Mas acho que só joguei tanto porque o Alex estava machucado. Daí chegou no Pré-Olímpico e o cara me colocou cinco minutos por jogo. Fui cobrar e ele disse que joga quem tiver mais tempo de Seleção. Ele faz a panela dele e não muda de idéia. O Guerrinha disse para o (pivô) J.P. Batista que ele não vai jogar muito no Pré-Olímpico, e sim no Sul-Americano. O cara está tentando NBA e jogando muito. Isso tira a vontade.


L!: Você diz que o Lula é culpado pela irregularidade da Seleção. Mas os jogadores estão rendendo bem?

M: Falta entrosamento e treinos para isso. É muito mais difícil conseguir que a equipe ganhe conjunto com um técnico ruim. Mas com vários jogos, a equipe vai melhorando e pode jogar bem contra a Argentina e se classificar para a Olimpíada.


L!: Você acha que o Lula vai cair depois do Pré-Olímpico?

M: Os jogadores estão focados na vaga olímpica. Depois, pode até ter um movimento para derrubar ele.



E os vídeos a seguir feitos, pela ESPN Brasil, mostram o clima da seleção brasileira de basquete:

http://espnbrasil.uol.com.br/videos/video.aspx?idVideo=979
http://espnbrasil.uol.com.br/videos/video.aspx?idVideo=984