domingo, 2 de setembro de 2007

Tragédia anunciada

A equipe brasileira masculina de basquete perdeu ontem para a Argentina por 91 a 80 e assim não conseguiu a classificação direta para os Jogos de Pequim-2008. A péssima campanha do grupo na competição é reflexo das brigas internas. Prova disso é a entrevista do ala Marquinhos ao repórter David Abramvezt do jornal Lance!. Nela o jogador afirma que a equipe não respeita o técnico Lula e que quem comandava o que seria feito em quadra era os próprios jogadores.

Leia a seguir a entrevista na íntegra.

LANCE!: O que foi discutido e definido naquela reunião entre os jogadores, após a derrota para Porto Rico?

MARQUINHOS: Todo mundo está vendo as cagadas do Lula. O cara está perdido. Nós procuramos entender o motivo de o time estar jogando tão mal. Todo mundo falou e tentou achar uma forma de se ajudar. Falamos que era importante jogar como equipe, sem ninguém querer ser individualista. Ficou combinado que os jogadores iriam decidir quem definiria as jogadas, quanto cada um precisaria jogar. Depois da nossa reunião, a comissão técnica entrou e passamos para o Lula que nós iríamos ter mais voz e comando.


L!: Como o Lula reagiu?

M: Não teve muito o que falar. Ele disse que respeitava os jogadores. Antes, só respeitava o Nenê e o Marcelinho Machado. Ele puxa o saco dos dois. Foi só ver no jogo contra o México, o time já foi bem melhor com os jogadores mandando mais.


L!: Qual a principal reclamação dos jogadores em relação ao trabalho da comissão técnica?

M: O Lula é bom para clube, Seleção é outra coisa. Ele não tem noção. Os treinos são muito fracos. O time não tem tática, jogadas de ataque bem feitas. Ele erra na rotação. Tudo isso que qualquer um vê. Os que jogaram o Mundial falaram que, no Japão, ele disse para confiar no trabalho dele, que ele sabia o que fazer. O Brasil foi muito mal (17º lugar) e ninguém mais acredita nele.


L!: Não existe nenhum racha entre os jogadores?

M: Não existe racha. São todos contra o Lula. O grupo está fechado. Todos estão unidos pelo objetivo de voltar para a Olimpíada. Tem gente que não é amiga, mas está se respeitando. O mais importante é classificar o Brasil para a Olimpíada. O que irrita todos é o trabalho do Lula e da comissão.


L!: Você chegou a dizer que jamais voltaria a jogar na Seleção com o Lula no comando. Ficou quase três anos fora, mas decidiu voltar para jogar o Pan do Rio. Vai atender outra convocação dele?

M: Não volto mais, não preciso disso. Os meus empresários também acham. Concluí que só fui convocado porque sou jogador da NBA. Ele se sente na obrigação. No Pan e nos amistosos em Porto Rico, eu fui um dos melhores. Mas acho que só joguei tanto porque o Alex estava machucado. Daí chegou no Pré-Olímpico e o cara me colocou cinco minutos por jogo. Fui cobrar e ele disse que joga quem tiver mais tempo de Seleção. Ele faz a panela dele e não muda de idéia. O Guerrinha disse para o (pivô) J.P. Batista que ele não vai jogar muito no Pré-Olímpico, e sim no Sul-Americano. O cara está tentando NBA e jogando muito. Isso tira a vontade.


L!: Você diz que o Lula é culpado pela irregularidade da Seleção. Mas os jogadores estão rendendo bem?

M: Falta entrosamento e treinos para isso. É muito mais difícil conseguir que a equipe ganhe conjunto com um técnico ruim. Mas com vários jogos, a equipe vai melhorando e pode jogar bem contra a Argentina e se classificar para a Olimpíada.


L!: Você acha que o Lula vai cair depois do Pré-Olímpico?

M: Os jogadores estão focados na vaga olímpica. Depois, pode até ter um movimento para derrubar ele.



E os vídeos a seguir feitos, pela ESPN Brasil, mostram o clima da seleção brasileira de basquete:

http://espnbrasil.uol.com.br/videos/video.aspx?idVideo=979
http://espnbrasil.uol.com.br/videos/video.aspx?idVideo=984

Um comentário:

Anônimo disse...

que titulo forte!
post com entrevista!

mando bem Paula

beijoo