sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ouro no vôlei sentado

São Paulo já tem um representante confirmado na Paraolimpíada de Pequim, em 2008. Renato de Oliveira Leite (centro), 25 anos, morador do bairro Jabaquara, conquistou a medalha de ouro no Vôlei Sentado no Parapan do Rio no último mês e a vaga para os Jogos Paraolímpicos. Ele também foi escolhido o melhor jogador da modalidade no País pela Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico.

Renato tem uma história de vida marcante. Sua trajetória mistura o amor pelo esporte, tragédia, reviravoltas e muitas vitórias.

Jogador de futebol amador na adolescência, quando atuava no meio de campo do São Caetano, seu sonho era se profissionalizar. Uma tragédia em janeiro de 2002, no entanto, o tirou dos gramados, mas não do esporte. Ele sofreu um acidente enquanto fazia um “bico” como motoboy e perdeu parte da perna direita. “O mais irônico foi que a pessoa que me atropelou foi o pai de um grande astro do vôlei, o Marcelo Negrão (medalha de ouro na olimpíada de Barcelona, em1992)”, conta Renato, que diz não ter recebido qualquer assistência do motorista.

Mesmo depois do acidente, o atleta não largou o esporte. Tentou voltar ao futebol, mas viu no vôlei um futuro mais promissor: “O futebol não é um esporte paraolímpico. Quando escolhi o vôlei, já estava pensando no futuro”, diz. Renato também se formou em Educação Física e hoje faz pós-graduação na área de reabilitação no Lar Escola São Francisco.
A grande consagração veio com a medalha de ouro no Rio de Janeiro. A meta agora é Pequim. “Vamos trabalhar com a perspectiva de medalha, apesar de encarar times de peso como Irã e Bósnia”, avalia Renato.

O atleta, no entanto, destaca que ainda há muita a se fazer pela modalidade. “Estamos prestes a fechar novos patrocínios e recebendo melhorias na estrutura de treinamento e competições. Isso, além das medalhas que podemos conquistar, vai fortalecer e popularizar o esporte”, acredita.

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