quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Quem paga o pato?

Por Danilo Lavieri Ribeiro

Nestes últimos dias, muitas bombas políticas vêm estourando. Uma delas, que não vou entrar no mérito da questão, é Renan Calheiros. Absolvido de acusação por 40 votos a 35. Sobre isso, só tenho que repetir a frase de meu companheiro Paulo Júnior. “Me vê uma pizza meia Renan, meia Calheiros, capricha na cebola e reparte com esse povo brasileiro”.

Outra bomba foi o caso MSI/Corinthians. Desde o começo, a parceria era suspeita. Com pessoas procuradas por polícias de todas as partes do mundo, o Timão viu no dinheiro a esperança de títulos. Ele veio. O Campeonato Brasileiro de 2005 foi conquistado de forma meio ‘xoxa’, com uma mãozinha do Sveiter e de Márcio Rezende de Freitas, mas foi comemorado como um legítimo tetracampeonato.

Para finalizar, o caso do ‘xerox’ na Fórmula 1. A McLaren foi pega copiando o carro da Ferrari. É no mínimo estranho. Apesar da punição, diga-se de passagem, o único caso que até agora teve conseqüências, considero que existe aí outra pizza. Tento explicar o porquê.

A escuderia inglesa foi condenada a pagar U$ 100 MILHÕES. Dinheiro suficiente para deixar uma família sem trabalhar por umas 15, 20,30 gerações? Mas um valor irrisório para a punida. Não me ache louco. Entenda o motivo: Em um investimento de tecnologia, as equipes chegam a gastar muito com isso, até mais do que essa tal multa. Além disso, por cada corrida vencida, prêmios e bônus são concedidos. Nesta cópia, os ingleses têm um carro de alto desempenho sem muito investimento e, com este, já conquistou inúmeros GPs este ano. Convencido(a)?

Outro ponto a ser discutido é a punição ou não dos envolvidos (in)diretos no assunto. Antes de discorrer sobre o tema, preciso esclarecer. Se for provado que qualquer um dos pilotos ou jogadores colaborou ou apenas sabiam dos esquemas, toda a discussão abaixo perde o sentido. A punição deveria ser imediata.

Mas, partindo do pressuposto de que, como Lula, eles não sabem de nada. É justo que a carreira de um jogador seja queimada pela safadeza de um interesseiro? De uma pessoa que brinca com o sentimento de milhões de torcedores, de fãs, de amantes do esporte?Por outro lado, é justo o Internacional ter perdido o título para um time que era financiado pelo tráfico, pelo dinheiro lavado? Assim funciona na corrida. É justo com a Ferrari competir contra sua própria tecnologia? Mas é justo tirar os brilhantes pontos de um corredor como Hamilton? Juro que essas perguntas me deixam mais sem resposta do que ‘Quem matou Taís?’.

No final, acredito que não existe a punição que deixaria tudo justo. Mas menos justo ainda seria deixar você, que leu esse texto grande, sem minha opinião. Meu veredicto final vai para o cancelamento do título do Corinthians e para a retirada de pontos dos corredores ‘ilegais’. Para chegar a tal conclusão, penso que justiça por justiça, as conquistas foram feitas através de meios sujos.

Mas quero saber a sua opinião. O quê você acha? Pare de discutir quem matou Taís e pense em algo útil. Comente e vote na enquete.

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Um comentário:

Felippe Correia Coaglio disse...

Pois é Danilo, no mínimo revoltante tudo isso. Se antes tínhamos no mundo do esporte uma "fuga" de toda essa lama e vergonha que é a política brasileira, agora nem nele podemos recorrer. Pra mim o jeito nem é mais recorrer e lutar para que os cupados sejam punidos (pois sabemos que no Brasil e em muitos lugares do mundo isso é quase impossível), mas sim colocar na cabeça das crinças (e pq não nas nossas tbm) que isso tudo é uma vergonha e errado, para que no futuro todo esse lance de corrupção e tudo mais seja apenas "um passado vergonhoso". Parabéns pelo texto viu!! Um assunto ligando o outro, muito bom!! Assim até as pessoas que não são fanáticas por esporte (como eu..rs) vão gostar e ler com tranqüilidade textos assim.