Admite que não foi grande aluno, deixava os estudos para a última hora. O interesse pelo esporte surgiu no Colégio Marista. Não, o futebol não foi sua primeira paixão. Preferia o basquete e o handball aos chutes na redonda. A boleiragem iniciou-se informalmente. Um amigo que jogava no Botafogo de Ribeirão Preto, incentivou-o a fazer um teste. Passou. No começo era como um passatempo, não dava tanta importância. Foi aos 17 anos que resolveu se dedicar, nessa mesma época casou-se. Firmou um contrato com o presidente do clube, buscava independência e estabilidade.
Cursou por pouco tempo História, Educação Física e Fisioterapia. Desistiu. O futebol ganhava prioridade. Melhor assim. Jogou na Ponte Preta e foi ao São Paulo em 1987 fazer história. Telê Santana soube aproveitar o potencial do então jovem meia. Depois da difícil adaptação, correspondeu. Com toques inteligentes, batidas de qualidade na bola caminhou com o tricolor para o título do Campeonato Brasileiro em 91 e os bi-campeonatos da Libertadores e do Mundial Interclubes em 92 e 93. Aos vinte e dois anos foi convocado para seleção brasileira, da qual seria, posteriormente, capitão e camisa dez na Copa de 94. Seis anos jogando pela equipe do Morumbi, resolveu voar mais alto.
Transferiu-se para o Paris Saint-Germain, da França, que se encantara com o futebol clássico. Liderou o time nos títulos do campeonato Francês 1995/96, Copa da França 1994/95 e na Recopa da Uefa 1996.
A torcida sãopaulina matou as saudades do craque em 98, quando voltou para disputar e vencer a final do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Encerrou a carreira em 2000, seu último gol foi diante ao Palmeiras em pleno Palestra Itália, de "letra" após cruzamento de Pimentel.
Hoje Raí tem uma loja de discos em sociedade com o irmão e dirige, ao lado do ex-jogador Leonardo, a Fundação Gol de Letra, seu maior orgulho. Pensa em estudar marketing ou administração para agregar ao que conhece do mundo da bola.
Raí deixou de ser o mero irmão de Sócrates, para se tornar o terror do Morumbi. Belas cobranças de falta, longos lançamentos e deslocamento inteligente fazem parte do repertório do meia e da memória carente dos tricolores. Jogava com classe, tratava com carinho a bola. A diretoria do São Paulo F.C. está organizando um jogo de despedida. Quem sabe ele não firma um contrato e volta a vestir a 10 por mais algum tempo.
Fotos:
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