terça-feira, 26 de junho de 2007

Viva as diferenças!!

Por Danilo L. Ribeiro
Uma notícia provocou, ontem, um grande movimento em sites de internet, especificamente em fóruns de discussões sobre esportes. No site da Folha de S. Paulo, foi anunciado que um jogador de futebol estaria disposto a assumir sua homossexualidade em rede nacional.¹ Nos textos, escritos,em sua maioria, por torcedores, a revolta e o medo de torcer para o mesmo time em que ele joga foram os temas principais das discussões.

Essa notícia trouxe de volta uma questão que é muito problemática não só no futebol, nem só no esporte, mas no mundo: o preconceito. Não só a preferência sexual, mas a cor da pele costuma trazer problemas para jogadores. Recentemente, o camaronês Samuel Eto'o ameaçou sair de campo depois de ser alvo de gritos racistas. Brasileiros enfrentam esse mesmo problema na Europa e, freqüentemente, se queixam de atos como bananas que são jogadas no campo ou barulhos de macacos.

O mundo já viu exemplos de como lidar com essa situação. Nos EUA, o jogador de futebol americano, da foto abaixo, assumidamente gay, Corey Johnson virou garoto propaganda de uma empresa de móveis. Na Austrália, Ian Roberts também assumiu e, agora, segundo o próprio jogador, vive sem um 'peso nas costas'. Desde 1994, uma competição com o nome de Gay Games acontece. O nome é auto-explicativo, só gays participam.




No Brasil, alguns jogadores como Dinei, Vampeta e Roger já posaram para revistas gays. O goleiro, que na época era do São Paulo e atualmente está no Santos, foi afastado, mas diretores negam que seja por causa da revista. Lilico, que morreu recentemente vítima de um AVC, era jogador de vôlei e gay assumido. Enfrentou muitas dificuldades após assumir sua preferência.

O preconceito põe barreiras em todos os sentidos. Não se pode dizer se alguém vai ser um ótimo ou péssimo jogador só pela cor da pele ou pela opção sexual. O ato de assumir ou não é direito do atleta, mas, caso assuma, ele não pode mudar o relacionamento nem a forma de trabalho perante o grupo. A verdade é que precisamos respeitar as diferenças e não nos deixar influenciar na opinião sobre as pessoas por detalhes relevantes. A Copa América começa hoje e esperamos que atos como esses não se repitam em nome do respeito que todos merecem. Beijos como o de Maradona e Cannigia, ao lado, nunca foram problemas para nenhum dos jogadores. Pelo contrário, eram comemorações de gols que a dupla marcava.


¹htp://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/zapping/ult3954u306897.shtml

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo ótimo texto. Você, estudante de jornalismo, escreve melhor do que muitos dos consagrados por aí.

Anônimo disse...

Realmente o texto ficou muito bom! O jornalismo precisa de idéias como esta...meus parabéns! E viva as diferenças!